22 agosto 2011

Miguel

A ti, Miguel, por me lembrares todos os dias que a vida é um espetáculo bonito de se ver, de se tocar, saborear, mas principalmente de se viver.
Por me recordares incessantemente que é nas pequenas coisas, nas mais simples palavras, nos mais inóspitos momentos, nos lugares mais comuns, que se encontra um porto seguro, um sitio bonito para descansar.
Por me ajudares a compreender que não faz mal, que se pode deixar, volta e meia, a vida a repousar à sombra de um chaparro, porque quem nos ama há-de sempre ajudar-nos a reerguê-la de novo.
Porque a última peça a colocar-se em posição pode desmoronar e destruir muita coisa mas que no fundo dos teus olhos encontro sempre uma fonte inesgotável de força que me faz querer (e poder) reconstruir tudo.
Por me teres salvo.
Por dentro da palavra "mãe" achares espaço para todos os sorrisos do mundo.
Por me dares a mão quando tens medo do passo seguinte e por saberes, na inocência dos teus anos precoces, que quando tens medo eu também tenho e seres capaz de o reconhecer e embalar-me no teu olhar que me diz sempre que está tudo bem, que tudo há-de ficar bem, desde que nos tenhamos um ao outro.
Por me perdoares as falhas e me saberes apenas humana. Por teres a perfeita noção de que eu tenho, na realidade, muito mais a aprender contigo do que tu comigo.
Por seres a minha âncora, o meu impulsionador de sonhos, por seres a minha papoila de todos os dias, de todos os anos.
Pelo amor sem porquês ou barreiras.
Pelo medo de te perder que me sufoca e me oferece em todos os momentos um motivo para não desistir e lutar por ser uma pessoa melhor, um ser humano mais completo, apesar dos defeitos e erros.
Por existires. Por fazeres da vida a vida em si e por teres, dentro do teu coração que é já o maior que algum dia tive o prazer de conhecer, todos os sonhos condensados num só grito. Por seres um sobrevivente.
Por me amares, meu Miguel, meu filho, meu tudo.

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