07 outubro 2011

De quantas ruínas se constrói o ser humano?

Quão vazia pode uma pessoa estar? Durante quanto tempo?
Quantas estradas serão necessárias até que seja preenchido o buraco que os anos de abandono provocaram?
De quantos erros nos podemos arrepender? Existe um limite?
Quanta vida pode alguém desperdiçar enquanto procura desesperadamente um rumo, um sentido?
Pode alguém desejar o fim e ao mesmo tempo, implorar para que seja salvo?
Como se afoga a cabeça e se deixa o resto do corpo à tona, à espera de um vislumbre de um caminho digno de percorrer?
Quantos enganos suporta a alma humana? Quais enganos? Serão enganos?
Quanto sexo é aceitável? Como saber que já chega? Quanto do sexo pode ser amor, e quanto desse amor pode ser efectivamente real?
De quantas frustrações vive o ser humano?
A vida, escolhemo-la ou é ela que nos escolhe a nós? Escolhemo-la ou vivêmo-la?
Somos naufragos, naufrágios ou toda uma cadeia de afogamentos?
Quantos atropelamentos e fuga podemos suportar? Quantos deles devemos aceitar? Quantos esquecer (e como), e quantos guardar dentro de nós?
De quantas mutilações pode alguém ser vitima? Será vitima? Quererá sê-lo? Ou tornar-se-á vitima sendo o agressor?
Quantos anos vale a vida humana? Existe uma média, uma justa média para que se possa dizer que já chega? Serão 60, 70...100? Ou 10, 20...40? Quem o dita, quem bate o martelo e afirma que ainda é cedo (ou já é demasiado tarde) para descontinuar o produto?
Porque se excedem todos os limites e ainda assim ninguém se dá por satisfeito?
Quantas desculpas pode alguém ter para acabar com tudo? E para continuar? Caberão todas elas na balança, terão realmente algum peso na decisão final? Serão lógicas e ponderadas ou tomadas no calor do momento (e não serão estas ultimas as mais honestas?)
Seremos assim tão importantes e valiosos ao ponto de nos julgarmos a raça soberana?
Não serão os outros, os "irracionais", soberanos em nosso lugar? Não terão eles mais anos, mais experiencia, mais valores que todos nós juntos e enroscados num edificio de 100 andares?
Em quantos escombros nos podemos esconder?
Saberemos fazer um real balanço da nossa existencia, sem falsas pretensões ou parcialidades?
Poderemos salvar-nos do caos, ou é ele quem nos salva a nós?
Somos descartáveis, e sabendo disso queremos à força a eternidade da memória?
Quão exaustos e totalmente vencidos nos podemos sentir após tantas questões sem resposta? Queremos sabê-las de facto, as respostas? Ou serão elas mais uma desculpa sem argumento?
Digam-me, queremos a luta ou, em determinados dias, precisamos apenas de um sitio para descansar?

"De quantas ruinas se constrói o ser humano?"

1 comentário:

  1. Escolhas, opções, preferências e...há que viver com todas elas!!!

    Abraço-te

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