06 julho 2011

Cinema

há um mundo fora deste mundo. um mundo que não é meu, nem é teu, é inteiramente nosso. esse mundo existe, eu acredito.
um mundo onde fico sentada á sombra de uma árvore e o silencio impera. é para lá que vou agora mesmo, a cavalo, a voar, em cima de uma tartaruga ou agarrada ás escamas de um peixe.

vou, porque neste mundo de onde me sento em frente ao computador, neste preciso momento, só existe ruido, e esse ruido deixa-me louca.
a minha especie de loucura está á beira da extinção, é feita de outra matéria, de uma qualquer outra gosma que não é manufacturada, moldada, manipulada ou impingida. a minha loucura, a minha praia, a minha margem do rio, é aquela que se entranha nas visceras e deixa á mostra as entranhas esquartejadas, o vómito espalhado pela chão e socos no estômago para amansar a fera, demasiado exausta para seguir em frente, e pela impossibilidade de regressar atrás, se quer á força deixar ficar num sitio bonito onde ainda seja possivel descansar.



e esse sitio não é este. este...bem...este é apenas cinema.

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